segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

ENSAIO

Sem reinos nem vestes
afagam-me à noite
Num íntimo ensaio
Vestem-me de ilha

Desfolho primaveras.

A mãe do Sol
num íntimo passo
abre-me as janelas

Por não saber da asa, o medo

E ao querer do vinho, bebo
esse homem de águas
com pedras por dentro

Vou virando praias.
Ana Paula Oliveira.

domingo, 25 de dezembro de 2011

LENDA

Sonho perdido
dias de cimento.

Respito triângulos
de amores por dentro.

Quem reina
no teu lábio de ventre?

Seguro os dias
de uma atriz tesa
de cartas sem poesia.

E confesso pelo telefone
um quintal de cimento
transformado em jardim.

Mas qual o nome, o tempo
a pele, a flor?
Ana Paula Oliveira.
SONHOS

Resvalo e te espero.
Escrevo uns versos
Prendo-te em êxtase
antes que vire grafite
gravetos, topázio.
Antes de tudo
ladrilho poesias
planto árvores
colho flores e espero.
Tu, sempre tu
guardado nos meus sonhos
e assombros, como sempre.

Ana Paula Oliveira.